terça-feira, 22 de dezembro de 2009

FAMÍLIA E APRENDIZAGEM ESCOLAR NAS CRIANÇAS DE 3ª SÉRIE DA ESCOLA MUNICIPAL DOM PEDRO I DA CIDADE DE TRAMANDAÍ

RONALDO CARDOSO BATISTA
FAMÍLIA E APRENDIZAGEM ESCOLAR NAS CRIANÇAS DE 3ª SÉRIE DA ESCOLA MUNICIPAL DOM PEDRO I DA CIDADE DE TRAMANDAÍ

Monografia apresentada ao Curso de Educação Física da Faculdade Cenecista de Osório, Rio Grande do Sul, como requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Educação Física

Orientador: Fabiano Bossle.
OSÓRIO, 2004

RESUMO

     Esta é uma obra que servirá de instrumento de leitura e pesquisa na área da educação, com o intuito de esclarecer e não de solucionar o problema de aprendizagem em nosso país.
     Abordei no texto alguns procedimentos que retratam a família e a aprendizagem escolar, dando continuidade através de entrevistas, observações e questionários para mostrar como ocorre esta relação entre a família e o processo de aprendizagem.
     Encontrei muitos obstáculos, dificuldades de relacionamento entre família e escola, problemas de disciplina com alunos, e vi o quanto o acompanhamento da família é importante no desenvolvimento educacional da criança.
     Palavras-chave: Família, aprendizagem escolar, séries iniciais do ensino fundamental.

INTRODUÇÃO
      Tendo em vista que o presente trabalho trará ao conhecimento de todos a relação família e aprendizagem escolar, tratarei de mostrar como ocorre a relação entre família e o processo de aprendizagem.
     Tenho como objetivo geral verificar a importância da família na aprendizagem escolar, e como objetivos específicos oferecer aos pais uma oportunidade para que reconheçam sua importância na escola, oportunizar aos alunos vivências extra-curriculares que servirão como bagagem educacional para seu futuro, sendo tido como um projeto educacional que servirá de instrumento de leitura e pesquisa a todos dentro do âmbito escolar.
     Através deste trabalho procuro esclarecer o que de fato não conhecemos totalmente, clarear idéias, esclarecer dúvidas, podendo contribuir positivamente com o ensino em nosso país.
     Apresento como justificativa para a realização deste trabalho inquietações que surgiram através de alguns trabalhos e observações que foram realizados em escolas de ensino fundamental, podendo perceber que turmas de terceira série apresentavam um bom rendimento escolar tanto na teoria quanto na prática, assunto este um tanto quanto pertinente, mas, muito enriquecedor me instigou a realizar este trabalho de pesquisa que acredito será de
suma importância nesta fase da área educacional aonde a criança desperta em si o estímulo do saber aprender.
     Procuro mostrar a realidade das crianças na sua vida familiar, quais suas capacidades, diferenças e atitudes que possam influenciar em sua rotina escolar, o acompanhamento e a participação do pai, da mãe, dos avós, ou seja, de toda a família que serviria como base para um bom aprendizado escolar, acreditando que a criança que é estimulada em casa poderá apresentar respostas mais satisfatórias no ensino, e que todo o pai, toda a mãe ou responsável pela educação da criança tem o direito e o dever de orientar e acompanhar seus filhos na escola. Durante o processo pedagógico de aprendizagem e ao longo do crescimento da criança até sua fase de adolescência, pois, segundo os cinco incisos do artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990):

  •  “Garantem direitos de acesso e permanência na escola”;


  •  "De “Ser respeitado por seus educadores”;


  •   De poder “Contestar critérios avaliativos”;


  •  "Recorrendo se for o caso “As instância superiores”


  •   E o “Acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência”.

     Sendo que estes direitos deverão ser exigidos e os deveres cumpridos para que a criança ou adolescente tenha um bom desempenho escolar, e condições necessárias para tal.

DEFINIÇÕES DOS TERMOS EMPREGADOS
Para uma melhor compreensão do leitor utilizarei as seguintes definições de termos.

APRENDIZAGEM
     Segundo Barbanti (1994), “[...] é a melhora relativamente permanente ao comportamento como um resultado da prática ou experiência. Ela é inferida pelo comportamento ou performance da pessoa e não observada diretamente”.

CONHECIMENTO
     Para Barbanti (1994), “é o acesso de informações conservadas e entendidas (assimiladas) por um indivíduo ou por uma cultura. É o resultado de saber ou conhecer, qualquer experiência de participação, observação, leitura ou pensamento pode se tornar parte do conhecimento. Simples chama-se apreensão, e o mais complexo chama-se compreensão ou entendimento”.

ESCOLAR
     Segundo Ferreira (1986), “é relativo a escola: problemas escolares, próprio para ser usado em escola, no ensino, material escolar, destinado especialmente as escolas”.

FAMILIAR

     Para Ferreira (1986), “é respeitante à, ou próprio da família, doméstico, familiar: ambiente familiar”.

 INFLUÊNCIA
     Ferreira (1986) fala que “é a ação que uma pessoa ou coisa exerce sobre outra”.

REVISÃO DE LITERATURA
     Muitos autores falam sobre educação e família, vamos conhecer mais sobre este assunto que é muito importante para o desenvolvimento do ser humano através de algumas literaturas estudadas.
     Morin (2002), vê a sala de aula como “[...] um fenômeno complexo, que abriga uma diversidade de ânimos, culturas, classes sociais e econômicas, sentimentos... um espaço heterogêneo”.
     Na escola complexo causa estranhamento. Algo complicado, difícil de assimilar, principalmente em séries iniciais. As dificuldades sempre estarão presentes em nossa vida, vivemos e agimos conforme o tempo em que vivemos, e gradativamente vamos aperfeiçoando nossos conhecimentos de acordo com a realidade de cada época.
     Souza (1997), diz que “cada época e cada grupo social tem seu repertório de criações materiais e formas de discursos que funcionam como um espelho que reflete e retrata o cotidiano”.
     Desta forma poderemos trabalhar com as crianças temas atuais, como formação, avaliação pedagógica diferenciada, desenvolvimento, e através da competência mobilizar um conjunto de recursos, capacidades, saberes e informações que o profissionalismo, e a formação profissional dos educadores também está relacionada a competência, quem assume uma sala de aula sabe das dificuldades que irá encontrar.
     Para Coll (2002), “não se pode separar o que cabe ao professor – as aulas – do que é responsabilidade dos alunos – o conhecimento prévio e a atitude”.
     A responsabilidade de um tornar-se dever do outro, com o professor ministrando as aulas de acordo que alcance seu objetivo é também o interesse de toda a classe. O aluno estará disposto a realizar o que o professor lhe propor.
    Segundo Coll (2002), “se o conteúdo do trabalho tiver relação com a vida do aluno o êxito será maior”.
    Trabalhamos relacionados com assuntos pessoais já vivenciados pelos alunos, prendem mais a concentração e trazem melhores resultados e conhecimentos para estes alunos, principalmente sendo temas novos e de fácil assimilação.
     A família precisa se fazer presente, assim como outras instituições que fazem parte desse universo, para que a criança atinja os objetivos fundamentais durante o processo pedagógico de sua formação.
     Nóvoa (2002), diz que “o aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente”.
     A idéia tradicional do aprender contínuo ou formação continuada é de que se dá apenas por decisões individuais e em ações solitárias, mas, podemos afirmar que é um trabalho coletivo e que as experiências devem ser vividas e exercidas, o aprender se dá através dos conhecimentos adquiridos ao longo de toda a vida, devemos sempre nos atualizar, e procurar trabalhar a teoria e a prática simultaneamente.
     Para Toro (2002), “a escola é apenas um dos ambientes em que ocorre a aprendizagem. A família, os amigos, a igreja, os meios de comunicação, as empresas, são outras importantes fontes de conhecimento para os indivíduos”.
     O conjunto de conhecimentos desta forma nos trará a possibilidade da construção das sociedades através dos conhecimentos, práticas, valores, habilidades e tradições adquiridas e compartilhadas, com o passar dos tempos estes conceitos poderão ser trabalhados, analisados, aplicados com maior facilidade e com um melhor compreendimento. Com tantas idéias, pensamentos, teorias a respeito da educação escolar, procuro lançar mais um desafio, que é o de mostrar como ocorre a relação entre a família e o processo de aprendizagem, aonde a família se encaixa, auxilia, ajuda, participa, freqüenta, cobra ou critica quando é chamada na escola, se participa ou vem a escola voluntariamente. Enfim, como é realizado todo este processo educativo.

METODOLOGIA
     O trabalho referido será realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro I, com uma turma de 3ª série. Serão selecionadas dez crianças, cinco das quais os pais participam ativamente dos afazeres escolares dos alunos, inclusive freqüentando a escola, e cinco das quais não participam.
     Utilizarei como critério para a escolha das crianças observações feitas em sala de aula, recreio, e de um relatório fornecido pela professora titular da turma.
     Trabalharei com crianças de classe média baixa, que moram em uma zona urbana de baixo poder aquisitivo, onde estas crianças demonstram ser um tanto quanto agressivas umas com as outras, mas, que demonstram também uma afetividade muito grande para com o professor.
     Como metodologia para a realização e aplicação deste trabalho, utilizarei entrevistas com os pais, questionário com a professora titular da turma, observações feitas em sala de aula, recreio, aulas de educação física e na hora da merenda.

ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES E DADOS COLETADOS
     É com grande vontade, e também com preocupação que venho mostrar a realidade escolar e a influência da família na escola. Através das observações pude diagnosticar que na grande maioria dos alunos falta o acompanhamento dos pais ou responsáveis, segundo a professora da turma “falta interação entre professores e pais, devido a falta de interesse dos mesmos em estarem presentes na escola”.
     Como se não bastasse a escola o dever de manter o interesse e a atenção para que o aluno permaneça em sala de aula, teriam também que ter a obrigação de realizar atividades para que os pais possam comparecer a escola; acredito que esta obrigação se deve aos pais, e ao professor cabe as aulas, educando e formando cidadãos dignos e capazes.
     Os pais comparecem na escola por inúmeros motivos, em reuniões em que são chamados para discuti o processo pedagógico e a filosofia educacional, ou na maioria das vezes para tratar de problemas relacionados ao próprio aluno. Neste caso em que os pais são chamados na escola dá-se por extrema urgência ou em último caso, pois a família quando leva seu filho para a escola deve confiar na competência da mesma para resolver problemas de comportamento ou dificuldades que o aluno venha a apresentar.
     Sayão (2002), diz que “o pai que freqüenta as reuniões pedagógicas e acompanha a proposta da escola, este sim pode ajudar e muito. Sua presença é um sinal de seu interesse”.
     Assim posso dizer que os pais que participam mais efetivamente das reuniões tem um conhecimento melhor dos deveres e obrigações da família e do aluno, podendo dessa forma incentivar seu filho para que vá até a escola, organizando o tempo que a criança tem para estudar estará ajudando, a escola se encarrega do resto.
     Pude perceber que quando a criança chega a 3ª série do ensino fundamental, cai na realidade, e começa a valorizar mais os critérios de aprendizagem, talvez perceba que está ficando para trás e começa a dar mais valor as aulas e atenção ao professor, mas o que muitas vezes acontece é que estas mesmas crianças vem de séries iniciais com uma bagagem muito pequena de conhecimento, ou seja, a criança tem vontade de aprender, mas por não entender se sente inibida e cala-se.
     A maior desta culpa podemos atribuir aos professores anteriores. Sowaya (1997, p.47-48) nos diz que:
     Diante da impossibilidade de comunicação, as crianças tem deposto suas armas ou buscando em vão se utilizar da gestualidade, dos gracejos, das piadas, dos jogos verbais, recursos que em seu lugar de origem procuram conquistar o interlocutor.
     O professor não se dá conta que a criança está com dificuldade de aprendizagem, e prefere a rotular como bagunceira, desordeira, aluno-problema.
     Normalmente estas crianças repetem freqüentemente de ano, mais um motivo que o professor encontra para massacrar o aluno com dificuldades.
     Sowaya (1997, p.47), diz que:
     Se os índices de reprovação e evasão escolar são a causa do fracasso escolar, as suas causas estão sendo buscadas no lugar errado, olhando as crianças, conforme a sua imagem e semelhança, o professor não tem ouvidos, e o seu olhar, turvo pelo preconceito, tem virado as costas a fala, a narrativa dessas crianças.
     Volto a teoria de que o professor é o maior responsável pelo insucesso da criança no seu desempenho escolar, não é somente o único, a família e a comunidade também estariam inseridas neste meio onde a criança se localiza, mas o professor que deveria ser o ponto de referência do aluno na escola na maioria das vezes está faltando, ou talvez não esteja se aperfeiçoando para poder lidar melhor com estas crianças.
     Sowaya (1997, p.48) nos diz que:
     O professor desacostumado a “arte de intercambiar experiências”, de ouvir histórias recusa a possibilidade da comunicação, e as crianças voltam para o bairro, para a rua, onde sua existência e sua experiências podem fazer sentido.
     Souza (1997, p.27) nos diz ainda que:
     Ao retomar para si o olhar e as palavras impregnadas de sentido que o outro lhe transmite, a criança acaba por construir sua subjetividade a partir dos conteúdos sociais e afetivos que este olhar e estas palavras lhe revelam.
     Se o professor, a família e todo o processo pedagógico que envolve a educação escolar e social desta criança falharem, não poderíamos atribuir a culpa a estes jovens que em suas jovens vidas já enfrentam muitos problemas pessoais e afetivos. Devemos é sair do anonimato e reconhecer que o aluno tem sim uma parcela de culpa em seu fracasso escolar e sua formação educativa, mas, que a fatia maior deste bolo cabe a nós professores e família.
     Quando o aluno não encontra na escola uma saída para seus problemas, muitas vezes ele repete de ano e a evasão escolar é quase certa, a ele resta a família, que tinha na escola a certeza de uma boa educação, na falta da família poderá contar com ele mesmo e com a sociedade, que irá a partir daí ditar as regras para seu futuro.
     Souza (1997, p.26), acrescenta ainda:
     As crianças não conseguem escapar das suposições preconceituosas que a sociedade de classes lhe transmite, as quais, modelando suas atitudes e comportamentos, acabam por perpetuar a discriminação e a injustiça social.
     Assim a escola torna-se o ponto fundamental para o crescimento e o desenvolvimento da criança, para que esta se torne um cidadão digno e responsável de seus deveres e obrigações, e isto não acontece.
    O mesmo acabaria por se tornar um indivíduo impregnado de amarguras e preconceitos que esta mesma sociedade lhe transmitiu, sendo assim sua imagem e semelhança.
    Através de entrevistas com alguns pais que foram convidados a irem até a escola responder algumas perguntas para contribuir na elaboração deste trabalho, pude ter uma idéia mais clara da relação família, sociedade e escola. O interessante foi que somente mães compareceram.
    A região onde elas moram é de classe média baixa, a maioria disse que gosta de morar ali, e residem aproximadamente a mais de dez anos. Uma que está morando a pouco tempo respondeu que não gosta do bairro nem da cidade. Todos se relacionam bem com os vizinhos, até por se conhecerem a bastante tempo.
    Seus filhos sempre tem o acompanhamento de um responsável para ir até a escola, com exceção de uma que vai sempre com os colegas. O desempenho escolar foi unânime, todas revisam cadernos, algumas desde a pré-escola, e outras ainda conversam com o professor.
    Chego aqui a um ponto muito importante na realização deste trabalho, o acompanhamento da família com os deveres escolares dos alunos. Estes mesmos alunos dos quais as mães foram entrevistadas apresentaram uma melhora significativa no aprendizado,fazendo os deveres e se comportando nas aulas.
    Em casa, como já era esperado, seus comportamentos variam, cada criança responde a um estímulo diferenciado, umas são mais agitadas, outras menos, são responsáveis com o horário de aula e todos são muito cuidadosos com os materiais que são utilizados na escola.
    As mães que participaram da entrevista são as que costumam acompanhar seus filhos até a escola, participam das reuniões, festas e eventos, estão sempre preparadas a ajudar. Percebi que gostam de ajudar, de serem úteis, mas, somente participam quando são chamadas ou solicitadas. Sinto que falta ainda para os pais acreditarem mais em si mesmos, terem coragem de dar idéias, opiniões ou sugestões.
    Oliveira (2002, p.17), diz que “a escola se torna legalmente a responsável pela continuidade do processo educativo desenvolvido anteriormente na família e, ao mesmo tempo, parte de um processo maior chamado educação”.
    Na visão dos pais a escola deveria dar uma continuidade na educação da criança, mas na realidade elas não vem preparadas para este mundo exterior. A família e a escola que deveriam trabalhar em parceria para dar continuidade nesse processo, acabam por entrar em atrito, gerando uma forte queda de braço entre as duas instituições educacionais mais importantes.
    Através da professora titular da turma, Janice Neves, conseguimos enriquecer aindamais este trabalho, com suas informações, relatos, e com uma experiência de mais de dz anos no magistério aprendemos que a prática e a experiência são fundamentais na formação profissional do professor.
    Tendo como objetivo, procurar solucionar os problemas do dia-a-dia, que são problemas tanto sócio-econômicos, como afetivos,ela vê a necessidade de uma maior integração entre professores e pais, mas acredita que a falta de interesse dos mesmos em estarem presentes na escola seja a causa do não comparecimento, procura aos poucos conseguir esta interação com participações mais efetivas com atividades onde há um entrosamento entre pais e professores.
    Na colocação do parágrafo acima vimos que a escola volta a fazer o papel de incentivador não somente da permanência da criança na escola, como também o de trazer os pais para a escola. Acredito que a escola tem o dever de realizar encontros através de festas e datas comemorativas entre os pais e a escola, mas volto a insistir que o interesse maior deveria ser dos pais em se fazerem presentes voluntariamente, e não obrigados.
    Bencini (2003) diz “não parta do princípio que a família precisa ser ajudada pela escola, e sim de que a escola precisa dela”. Por isto parto do pressuposto de que a família se faça presente na escola para que em conjunto e de comum acordo se possam fazer valer os direitos, deveres e obrigações de ambas as partes.
    Para os problemas de aprendizagem a professora nos diz que o procedimento para uma melhora significativa se dá através de trabalhos com atividades que possam sanar as dificuldades apresentadas, como jogos específicos e brincadeiras que possam desenvolver um estímulo a mais.
    O processo de ensino, planejamento, avaliação, é apresentado a todos os pais em reuniões feitas durante o ano letivo, para que estes possam interagir na aprendizagem, auxiliando o professor no processo ensino-aprendizagem.
    Bencini (2003), diz que “não é necessariamente o grau de instrução do pai e da mãe que motiva uma criança ou um adolescente a estudar, mas o interesse em participar de suas lições de casa e da vida escolar”.
    A vontade, e o interesse dos pais com o filho dá um apoio maior para a criança ou adolescente não fraquejar diante de situações novas ou inesperadas. Acredito que esta relação deveria ocorrer com mais freqüência, o aluno necessita se apegar a um suporte em que possa confiar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
     Vivemos em um mundo aberto e grande, mas quando participamos realmente deste mundo notamos que tudo aquilo que sabemos ou acreditamos se torna tão pouco ao redor deste imenso mundo.
     Assim é a escola, quanto mais participamos, mais aprendemos. Acredito que os objetivos deste trabalho foram alcançados, trabalhei incansavelmente com a ajuda de várias pessoas, observando, entrevistando, perguntando, questionando, mas, também ajudando, colaborando, facilitando e esclarecendo novas idéias e conceitos.
     Posso dizer que a família é essencial na educação da criança, e afirmo também que sua influência é fundamental para a continuidade deste processo de aprendizagem. As escolas estão carentes de famílias que queiram participar e contribuir para o crescimento educacional de nosso país.
     Não generalizo o problema família e aprendizagem escolar, pois existem famílias que não comparecem a escola, e nem por isso quer dizer que o aluno tenha um rendimento abaixo da média, mas isso já se torna exceção.
     Provavelmente outros estudos serão realizados nesta área, deveríamos nos aprofundar mais no assunto, o campo é vasto e a realização de novas descobertas é que nos instiga cada vez mais a continuar a busca pelo conhecimento.
     Tornei-me educador, aprendi e ensinei muito, construí novos conceitos e paradigmas, o caminho foi longo e cansativo, mas muito gratificante, por isto lembro de um pensamento de Freire (1987, p.68), que nos diz:
     O educador já não apenas educa, mas, o que enquanto educa, é educado, em diálogo com o educado que, ao ser educado, também se educa. Ambos assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os argumentos de autoridade já não valem.
     Deste modo, os sujeitos tornam-se cúmplices da educação, que ao ser educado, educam novos sujeitos, que ao educar-se conseguem andar em sintonia e no mesmo patamar do educador, através da aprendizagem escolar e educação familiar este processo torna-se possível.

REFÊRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física e do esporte. 1 ed. Mande, 1994.
BENCINI, Roberta. Atrair os pais para a escola. Revista do Professor, Porto Alegre, n. 166, p. 38-39, out. 2003.
BRASIL. Lei Federal n° 8069. Estatuto da Criança e do Adolescente. 13 de julho de 1990.
COLL, César. Revista do Professor, Porto Alegre, n.154, p.154, ago. 2002.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1986.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
MORIN, Edgar. Revista do professor, Porto Alegre, n.154, p.21, ago. 2002.
NÓVOA, Antônio. Revista do Professor, Porto Alegre, n.154, p.23, ago. 2002.
OLIVEIRA, Lélia de Cássia F. Escola e família numa rede de (des)encontros: um estudo das representações de pais e professores. Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária, 2002, 148 p.
PERRENOUD, Philippe. Revista do Professor, Porto Alegre, n.154, p.22, ago. 2002.
SAYÃO, Rosely. Revista TV Escola, n.28, p. 40-42, ago./ set. 2002.
SOUZA, Solange Jobim E. A criança e seu desenvolvimento: perspectiva para se discutir a educação infantil. Zilma Moraes Ramos de Oliveira (org.). 2 ed. São Paulo: Cortez, 1997.
SOWAYA, Sandra Maria. A criança e seu desenvolvimento: perspectiva para se discutir a educação infantil. Zilma Moraes Ramos de Oliveira (org.). 2 ed. São Paulo: Cortez, 1997.
TORO, Bernardo. Revista do Professor, Porto Alegre, n.154, p.25, ago. 2002.

 ANEXO
LISTA DE CHAMADA DA 3ª SÉRIE
  • Abimael Pinheiro da Rosa
  • Amanda Pereira da Cunha
  • Andressa Pare Moller
  • Angélica da rosa Correia
  • Bianca de Souza Damiani
  • Cainan Josué da Silva Guimarães
  • Carlos Lucas Correa da Silva
  • Eduardo Ferreira
  • Eliezer José da Rosa Correia
  • Eliseu Zembruski Batista
  • Elizandra Silveira de Lima
  • Franciele Pereira da Silva
  • Gabriel Alves Davis
  • Janice da Silva
  • Jéferson dos Santos Gonçalves
  • Jéssica Trevisan de Souza
  • Karina de Vargas Ramos
  • Luana Moraes de Oliveira
  • Lucas Buhnert
  • Maria Paula Alexandre Alves
  • Matheus Custódio Goulart
  • Norberto Alexandre Alves
  • Paulo Roberto Ferreira Júnior
  • Paulo Samuel Farias Ribeiro
  • Tainá Liska da rosa Coelho
  • Telmo Hhenrique Alves dos Santos
  • Thaua da Rosa Vilela
  • Thiago da Silva Santos

APÊNDICES
ENTREVISTA COM OS PAIS
Mãe: Neli Bühnert
Aluno: Lucas Bühnert

1- A quanto tempo você mora aqui?
09 anos.
2- Você gosta de morar aqui?
Gosta.
3- Como é o relacionamento com os moradores vizinhos?
Normal.
4- Como seu(a) filho(a) vai até a escola?
Leva e traz.
5- Como você acompanha o desempenho escolar de seu(a) filho(a)?
Todos os dias olha os cadernos e conversa com professores.
6- Como ele é em casa?
Não pára em casa.
7- No que diz respeito as coisas de colégio, materiais, provas, temas, horários, etc..., como ele(a) se comporta?
As vezes chama, as vezes levanta sozinho, mostra os cadernos e vai brincar.
8- O que você acha do trabalho realizado pelos amigos da escola?
Útil, necessário.
9- Se a escola implantasse um trabalho semelhante e este fosse voltado para ajudar o aluno(a) com dificuldades de aprendizagem na escola, o que você me diria?
Bom, se fosse necessário ajudaria.
10- Você participa das reuniões na escola? Por quê? E o que pensa destas reuniões?
Participa, bom e interessante.

Mãe: Teresinha Alves dos Santos
Aluno: Telmo Henrique

1- A quanto tempo você mora aqui?
09 anos.
2- Você gosta de morar aqui?
Eu adoro morar.
3- Como é o relacionamento com os moradores vizinhos?
Bom.
4- Como seu(a) filho(a) vai até a escola?
Só trago.
5- Como você acompanha o desempenho escolar de seu(a) filho(a)?
Desde a primeira eu sempre acompanho os materiais.
6- Como ele é em casa?
Ele é agitado.
7- No que diz respeito as coisas de colégio, materiais, provas, temas, horários, etc..., como ele(a) se comporta?
Tem que chamar sempre, cuida dos materiais. Ele é muito cuidadoso com os materiais, sempre faz os temas.
8- O que você acha do trabalho realizado pelos amigos da escola?
Amigos da escola é útil.
9- Se a escola implantasse um trabalho semelhante e este fosse voltado para ajudar o aluno(a) com dificuldades de aprendizagem na escola, o que você me diria?
Acha que gostaria de ajudar.
10- Você participa das reuniões na escola? Por quê? E o que pensa destas reuniões?
Participo de todas, acho muito útil.

Mãe: Rosa Maria
Aluno: Janice da Silva

1- A quanto tempo você mora aqui?
03 anos.
2- Você gosta de morar aqui?
Não gosta.
3- Como é o relacionamento com os moradores vizinhos?
Bom.
4- Como seu(a) filho(a) vai até a escola?
Vem com a colega.
5- Como você acompanha o desempenho escolar de seu(a) filho(a)?
Olha os cadernos.
6- Como ele é em casa?
Bem educada, calma.
7- No que diz respeito as coisas de colégio, materiais, provas, temas, horários, etc..., como ele(a) se comporta?
Chama, mas é responsável com os materiais.
8- O que você acha do trabalho realizado pelos amigos da escola?
Útil.
9- Se a escola implantasse um trabalho semelhante e este fosse voltado para ajudar o aluno(a) com dificuldades de aprendizagem na escola, o que você me diria?
Participaria.
10- Você participa das reuniões na escola? Por quê? E o que pensa destas reuniões?
Participa, as vezes são meio chatas.

Mãe: Rosana Rosa da Silva
Aluno: Tahuã da Rosa Vilela

1- A quanto tempo você mora aqui?
Aproximadamente 20 anos.
2- Você gosta de morar aqui?
Muito.
3- Como é o relacionamento com os moradores vizinhos?
Bom.
4- Como seu(a) filho(a) vai até a escola?
Vem com a irmã dele.
5- Como você acompanha o desempenho escolar de seu(a) filho(a)?
Olho os cadernos todos os dias.
6- Como ele é em casa?
Calmo, educado, querido e carinhoso.
7- No que diz respeito as coisas de colégio, materiais, provas, temas, horários, etc..., como ele(a) se comporta?
Chama todos os dias porque fica ata tarde acordado. Bem cuidadoso.
8- O que você acha do trabalho realizado pelos amigos da escola?
Muito importante.
9- Se a escola implantasse um trabalho semelhante e este fosse voltado para ajudar o aluno(a) com dificuldades de aprendizagem na escola, o que você me diria?
Acho muito bom, eu participaria.
10- Você participa das reuniões na escola? Por quê? E o que pensa destas reuniões?
Participo, quando posso, mas acho importante.

Mãe: Elélia Rejane Ferreira dos Santos
Aluno: Jéferson dos Santos Gonçalves

1- A quanto tempo você mora aqui?
Moro há 10 anos.
2- Você gosta de morar aqui?
Eu adoro.
3- Como é o relacionamento com os moradores vizinhos?
Bom.
4- Como seu(a) filho(a) vai até a escola?
Eu trago e levo.
5- Como você acompanha o desempenho escolar de seu(a) filho(a)?
Desde o pré eu revisto o caderno todo dia.
6- Como ele é em casa?
Ele é agitado em casa e na escola.
7- No que diz respeito as coisas de colégio, materiais, provas, temas, horários, etc..., como ele(a) se comporta?
Ele levanta sozinho. Ele é cuidadoso com os materiais, e mostra o caderno para mim.
8- O que você acha do trabalho realizado pelos amigos da escola?
É útil.
9- Se a escola implantasse um trabalho semelhante e este fosse voltado para ajudar o aluno(a) com dificuldades de aprendizagem na escola, o que você me diria?
Eu acho bom, gostaria de ajudar.
10- Você participa das reuniões na escola? Por quê? E o que pensa destas reuniões?
Participo de todas, acho muito bom.

ENTREVISTA COM A PROFESSORA
Janice Gonçalves Neves.

1- Me fala da tua formação.
Minha formação foi bastante importante para min, deu-me oportunidade de conhecer os diferentes métodos de ensino, a dificuldade que o professor enfrenta diante de problemas de aprendizagem, as causas e conseqüências que isso pode interferir na aprendizagem e agir diante de tais problemas.

2- Me diz a quanto tempo tu estás na escola.
Estou a 11 anos na mesma escola. Somos um grupo bastante unido, com objetivos em comum, procurar solucionar os problemas que enfrenta. Mas no dia-a-dia, que são problemas tanto sócio-econômicos, quanto afetivos.

3- Como tu percebe a relação entre as escolas e as famílias?
Sinto a necessidade de maior interação entre professores e pais, isso se deve a falta de interesse dos mesmo, em estarem presentes na escola. Mas aos poucos vamos conseguindo esta interação com participações mais efetivas com atividades onde há um entrosamento entre pais e professores.

4- Como tu procede com alunos com problemas de aprendizagem?
Trabalho com atividades que possam sanar as dificuldades apresentadas, como jogos específicos para dificuldades apresentadas, brincadeiras.

5- Em que momentos a família vem a escola?
Quando são chamados na escola, para resolver problemas de seus filhos e quando envolve atividades com brincadeiras ou para homenageá-los. A grande maioria precisa ser estimulada para comparecer na escola.

6- O processo de ensino, planejamento, avaliação é apresentado a todos os pais?
É apresentado nas reuniões feitas durante o ano letivo, para que possam interagir na aprendizagem, auxiliando o professor no processo ensino-aprendizagem.