PARAOLIMPÍADA E FUTEBOL PARA CEGOS
Ronaldo Cardoso Batista
A paraolimpíada teve seu início na cidade de Roma, em 1960 logo após a XVI Olimpíada por sugestão de Antonio Maglio diretor do centro de lesionado medulares de Ostia na Itália. Inicialmente os jogos eram chamados de Olimpíadas dos Portadores de Deficiência e reuniram 400 esportistas em cadeira de rodas de 23 países, onde oito esportes foram disputados: Snooker, Arremesso, Lançamento, Basquete em Cadeiras de Rodas, Natação, Tênis de Mesa, Arco e Flecha e Pentatlo.
Em 1964 os jogos dos Portadores de Deficiência foram realizados em Tóquio, mantendo-se as mesmas provas com o acréscimo da corrida de cadeira de rodas na modalidade 60m rasos masculino e feminino, esta versão dos jogos chamou a atenção da mídia mundial, o que consolidou a divulgação do esporte paraolímpico pelos meios de comunicação.
Tel Aviv 04 de novembro de 1968 realizou uma competição que durou nove dias, com a quebra de vinte recordes mundiais, um aumento no numero de esportes que passaram a ser nove e uma intensa cobertura da mídia, EUA e Inglaterra e Israel foram os primeiros colocados respectivamente.
Heidelberg na Alemanha em 1972 foi um marco para o Brasil, por ser a primeira vez que atletas brasileiros participavam de uma olimpíada para deficientes, com pouco apoio para treinamentos infelizmente não conseguimos medalhas, a competição recebeu mais de mil atletas de 44 países, os esportes foram mantidos, com o Golbol e a prova dos 100m rasos destinada aos atletas deficientes visuais, acontecendo pela primeira vez em caráter experimental, Inglaterra ficou com o primeiro lugar, EUA em segundo e África do Sul em terceiro.
Toronto 1976 no Canadá iniciou a era das transmissões dos jogos ao vivo, as provas foram mantidas em relação à olimpíada anterior, porem as corridas para cadeirantes forma ampliadas, sendo incluídas as de 200m, 400m, 800m, e 1500m, cerca de 1600 atletas de 42 países participaram das disputas.
Neste ano os brasileiros ganharam suas primeiras medalhas, Robson Sampaio de Almeida e Luís Carlos Curtinho levaram prata na Bocha, colocando o Brasil na 31º colocação no quadro geral de medalhas, e os vencedores foram EUA, Holanda e Israel.
Em 1980 as Olimpíadas para Portadores de Deficiência aconteceram em Arhem Dinamarca, não sendo mais uma vez realizadas no mesmo lugar das olimpíadas, mesmo assim cerca de 1900 atletas de 42 países participaram com grande êxito deste evento. Pela primeira vez o Voleibol, o Golbol e as competições para paralisados cerebrais foram aceitos e ouve disputa de medalhas, No final deste ano foi fundado o Comitê Paraolímpico internacional - IPC. O Brasil foi representado apenas pela seleção de Basquete e por um Nadador e não subiu ao podium, os vencedores foram Alemanha, EUA, e Canadá.
Em 1984 em Nova Iorque / Stoke Mandeville o termo paraolimpíada começa a ser utilizado oficialmente e pela primeira vez também a paraolimpíada é realizada em dois países diferentes, foram mais de 13 tipos diferentes de competições com mais de 1700 atletas de 45 países, EUA, Inglaterra e Suécia foram os vencedores respectivamente. Os brasileiros conseguiram seis medalhas, nos colocando entre os 29 melhores países do mundo.
Os jogos de Stoke Mandeville aconteceram entre os dias 22 julho de 1º de agosto, e apenas atletas cadeirantes participaram, mais de 1100 esportistas de 41 países estiveram presentes, inclusive o Brasil com boa participação garantindo 21 medalhas.
Nas Paraolimpíada de Seul 1988 Coréia do Sul os jogos voltaram a acontecer na mesma cidade da Olimpíada, sendo os locais de competições também os mesmos. Mais de 3.000 atletas de 61 países competiram em 16 modalidades. O Brasil teve um numero recorde ao conquistar 27 medalhas colocando nosso país em 25º lugar, EUA ficou em primeiro, Alemanha em segundo e Inglaterra em terceiro.
Esta Paraolimpíada foi um marco par a história do esporte, o aumento da profissionalização dos esportistas, a tecnologia empregada foram as melhores que se tinham na época, e a mídia ampliando para todo o mundo sua cobertura.
A Paraolimpíada de Barcelona 1992 foi tido como a melhor até sua época por ter fornecido condições de competições antes impensáveis, a cidade foi toda adaptada para cerca de 3.000 atletas de 83 países, 280 recordes mundiais foram quebrados e mais de 450 medalhas foram distribuídas em 15 modalidades com a inclusão do Tênis em Cadeira de Rodas, o Brasil conquistou sete medalhas, ficando em 30º lugar, ficando EUA em primeiro, Alemanha em segundo e Inglaterra em terceiro.
Atlanta 1996 a melhora foi mantida, novos recordes e atletas com deficiência mental participaram em caráter competitivo, ao total foram mais de 3200 competidores de 103 países competindo em 20 diferentes esportes, sendo três em caráter demonstrativo, o Brasil voltou a ter uma boa participação conquistando 21 medalhas ficando entre os 37 melhores do mundo, os vencedores foram EUA, Austrália e Alemanha respectivamente.
Os jogos Paraolimpico de Sidney em 2000 foi considerado o segundo maior evento esportivo do mundo, ficando atrás apenas da própria Olimpíada, a organização, a estrutura, o numero recorde de 3800 atletas de 122 países ajudou a compor a mais grandiosa Paraolimpíada do século passado, o dobro dos ingressos foram vendidos em relação à Atlanta 96.
Os brasileiros conseguiram o feito inédito de chegarem entre os 24 melhores do mundo, Austrália conquistou o primeiro lugar, com Inglaterra em segundo e Espanha em terceiro.
Na Paraolimpíada de Atenas 2004 pela primeira vez o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos também foi responsável pela organização dos jogos Paraolimpícos. Foram mais de 4.000 atletas disputando 19 modalidades. O governo grego sensibilizou-se com os atletas, não lhes cobrando taxa alguma por participação no evento.
Quase todos os locais de competição da Olimpíada foram mantidos para a Paraolimpíada, com exceção daqueles os quais as medidas e o piso não eram adequados, Atenas manteve-se tão quão preocupada com a organização da Paraolimpíada quanto estava com a Olimpíada, tudo foi preparado e organizado no seu mínimo detalhe, adaptações foram realizadas para melhorar as condições de competitividade e de lazer para atletas e turistas.
A Grécia se preparou muito bem para a realização deste evento, um cavalo marinho foi escolhido como mascote e batizado com o nome de Proteas, o mar serviu de inspiração e o símbolo representa os quatro valores inerentes a competição: inspiração, força, garra e celebração.
A Paraolimpíada foi um marco na história do esporte, outras competições ocorrem paralelamente hoje em dia, como campeonatos de futebol para cegos, uma tradição que vem se firmando com o passar dos tempos, e que demonstra grande competitividade e rivalidade entre os países, que organizam campeonatos, classificado assim seus times para outras competições, como mundiais e Paraolimpíada. O Brasil é uma grande potência no futebol para cegos, e que vem figurando entre os melhores há bastante tempo, recentemente teve inicio no dia 22 de novembro na Argentina o campeonato mundial, no qual o Brasil como atual campeão da Paraolimpíada era o favorito, mas a Argentina atual Campeã Mundial e nossa arque rival venceu por um a zero e levou o titulo, com esta vitória a Argentina se classifica para a disputa dos jogos Paraolímpicos de Pequim, em 2008.
O futebol para cegos tem as mesmas regras do futsal, com algumas adaptações: dentro da bola existe um guizo, que serve de orientação dos atletas; nas laterais da quadra têm bandas laterais, que limitam o diâmetro da quadra, além de dar continuidade ao jogo; os jogadores jogam vendados; os goleiros têm visão normal e os times utilizam um “chamador” atrás do gol que orienta os atletas para o lado que a bola deve ser chutada.
OBRAS CONSULTADAS
http://esportes.cidadeinternet.com.br/artide.asp?1054~365870 as 09:39 HS.
http://www.cpb.org.br/integra.asp as09:41 HS
http://www.cpb.org.br/noticias/integra.asp=13995 as 09:43 HS
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